Telangiectasias: tratamento estético ou médico?
As telangiectasias são pequenos vasos sanguíneos visíveis à superfície da pele, frequentemente responsáveis por preocupações de carácter estético, .
Contudo, a sua presença também pode estar associada a outros problemas venosos.
O que são as telangiectasias?
As telangiectasias são vasos muito finos que surgem à superfície da pele, atingindo até 1mm de diâmetro.
Apesar de serem considerados um problema estético, estes pequenos vasos podem ser o primeiro sinal de insuficiência de veias ainda não visíveis, por vezes designadas de “varizes internas"
Porque aparecem estes pequenos “derrames”?
As telangiectasias, vulgarmente conhecidas como derrames, desenvolvem-se num ambiente de hipertensão venosa da microcirculação que irá conduzir à perda de função das suas pequenas válvulas, com consequente refluxo venoso (insuficiência valvular) e respetiva dilatação destes vasos.
Telangiectasias: causas
Não há uma causa definitiva, contudo conhecem-se alguns fatores que podem estar relacionados com o seu aparecimento, como:
● Obesidade;
● Tabagismo;
● Gravidez;
● Antecedentes familiares;
● Profissão que obrigue a longos períodos de pé.
A toma da pílula anticoncepcional é uma causa possível, contudo controversa, com estudos científicos contraditórios.
Telangiectasias: sintomas
Embora não representem uma ameaça direta à saúde, as telangiectasias são, sobretudo, inestéticas. No entanto, podem fazer-se acompanhar de alguns sintomas localizados, tais como:
● Dor;
● Desconforto;
● Prurido (comichão).
Áreas propensas ao seu aparecimento
Conforme foi dito, as telangiectasias podem surgir em diversos pontos do corpo, sendo que na sua maioria não apresentam qualquer sintoma.
De um modo geral, é muito comum surgirem nas seguintes partes do corpo:
Telangiectasias no rosto
Surgem em forma de pequenos vasos vermelhos no rosto, sendo muito comum nas áreas ao redor dos lábios ou das bochechas.
Telangiectasias no nariz
No nariz, os pequenos vasos sanguíneos dilatados são muito comuns entre pessoas idosas, podendo ser um sinal de envelhecimento ou de alguma condição subjacente, como a rosácea.
Telangiectasias nas pernas
Uma das áreas mais afetadas pelas telangiectasias são as pernas, que surgem pequenas veias avermelhadas ou azuladas, com diâmetros que variam entre 0,1 mm e 1 mm.
Tratamento para telangiectasias
Para tratar as telangiectasias nas pernas, deve consultar um especialista em Cirurgia Vascular, pois conforme foi descrito, pode ser a manifestação de um espectro mais alargado da doença venosa crónica.
Depois de uma primeira consulta, o médico poderá indicar o melhor tratamento para as telangiectasias, dependendo do tipo e da condição subjacente. No entanto, algumas opções incluem:
● Terapia a laser: o laser emite um tipo de luz suficientemente intensa para destruir os vasos sanguíneos dilatados, esta é uma opção para eliminar as telangiectasias;
● Escleroterapia: consiste na injeção de uma solução que ajuda a encerrar estes vasos sanguíneos. Segundo as últimas orientações internacionais, são a primeira linha de tratamento de telangiectasias a par com o laser. Para os derrames ligeiramente maiores (designados por varizes reticulares), a escleroterapia sobrepõe-se ao laser.
● Tratamento tópico: Embora alguns cremes e géis tópicos possam ajudar a disfarçar a aparência das telangiectasias, eles não são efetivos no seu tratamento.
Quando as telangiectasias surgem devido a varizes, deve-se tratar em primeiro lugar as varizes e a sua causa. Nesses casos, podem-se recorrer a técnicas como a ablação térmica ou o stripping de veias ou mini-flebectomia de ramos venosos.
Posteriormente, dar-se-á início ao tratamento das telangiectasias, recorrendo a uma das opções acima descritas.
Escleroterapia: efeitos secundários
Após uma sessão de escleroterapia, o paciente poderá constatar alguns efeitos colaterais, que desaparecem ao fim de alguns dias, que são:
● Edema local (inchaço);
● Rubor e calor local;
● Equimoses/hematomas no local tratado (nódoas negras).
Poderá também desenvolver pigmentação cutânea (pequena mancha acastanhada na pele) ou matting (desenvolvimento de uma rede de minúsculos vasos que parecem uma mancha), e que podem levar desde vários meses a um ano a desaparecer; nalguns casos, poderá só desvanecer.
Muito raramente, poderá desenvolver uma reação alérgica ao esclerosante.
Para saber qual o tratamento mais adequado ao seu caso, deve marcar uma consulta com um cirurgião vascular.