Aneurisma da Aorta Abdominal - o que é, causas e fatores de risco
De acordo com um estudo publicado no European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 2.275 doentes com mais de 50 anos tiveram uma rotura do aneurisma da aorta abdominal entre 2000 e 2015, em Portugal.
Apesar dos dados, muitos são aqueles que não sabem do que se trata esta doença, ou que não procuram ajuda médica na presença de sintomas que possam levar à suspeita do diagnóstico desta patologia.
Quer saber o que é o aneurisma da aorta abdominal e como é que pode estar alerta aos seus sinais? Continue a ler o artigo.
O que é um aneurisma da aorta abdominal?
Em primeiro lugar, é preciso explicar o que é a aorta para entender o que é esta doença. A aorta é a maior artéria do corpo humano que se estende do coração ao abdómen, e em que ao longo do seu trajeto se originam várias artérias (ramos da aorta) responsáveis por dar aporte sanguíneo a todas as partes do corpo. A aorta abdominal em particular é responsável por fornecer sangue a órgãos como o fígado, rins, intestinos e membros inferiores.
Um aneurisma da aorta define-se quando se observa uma dilatação desta artéria 1.5x o seu diâmetro normal. O aneurisma da aorta abdominal é diagnosticado quando atinge um diâmetro > 3 cm.
Fatores de risco
Embora seja mais prevalente nos homens com mais de 65 anos, é uma doença que afeta ambos os sexos em qualquer idade. Tal se deve, em parte, aos seguintes fatores de risco:
· Tabagismo;
· Idade;
· História familiar de aneurismas da aorta abdominal;
· Aterosclerose (acumulação de gordura e outras substâncias nas paredes das artérias);
· Presença de outros aneurismas;
Causas do aneurisma da aorta abdominal
A par dos fatores de risco, existem ainda outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, sobretudo em pessoas mais jovens, tais como:
· Infeções;
· Doenças do tecido conjuntivo;
· Vasculites (inflamação dos vasos sanguíneos).
Aneurisma aorta abdominal: sintomas
Na grande maioria dos casos, os doentes com esta patologia são assintomáticos, isto é, não apresentam qualquer tipo de sinal ou sintoma. Nesses casos, o aneurisma só é detetado quando o paciente faz um exame de rotina, como por exemplo, uma ecografia. Contudo, poderão surgir alguns sintomas, tal como palpitação no abdómen (“sentir o coração na barriga”).
Quando o aneurisma manifesta sintomatologia, como por exemplo, dor abdominal, dor na região lombar ou perda de consciência, pode estar relacionado com a rotura do aneurisma e assim tratar-se de uma emergência médica.
A rotura de um aneurisma da aorta abdominal apresenta uma alta taxa de mortalidade. Daí a importância no tratamento preventivo.
Como tratar a doença
Apesar de trazer algumas preocupações, as boas notícias é que o aneurisma da aorta abdominal tem tratamento. Em primeiro lugar, é necessário corrigir os comportamentos que agravam os fatores de risco (por exemplo, deixar de fumar ou começar a praticar mais exercício físico). Depois, é necessário avaliar se o aneurisma em questão tem indicação para tratamento cirúrgico.
Por exemplo, os aneurismas com diâmetros inferiores a 5-5,5 cm não têm habitualmente indicação para serem corrigidos (há exceções que estão fora do âmbito deste artigo).
Para tal, é necessário manter um seguimento médico com exames periódicos (ecografia ou a tomografia computorizada, isto é, a TAC).
Se for necessário proceder à correção do aneurisma, habitualmente há duas opções terapêuticas:
- o tratamento endovascular, com implantação de uma endoprótese através das artérias femorais (região das virilhas; como se fosse uma espécie de cateterismo);
- a cirurgia aberta, em que é feita uma incisão no abdómen, para expor o aneurisma e substituir a aorta abdominal por uma prótese.
Se ambas as técnicas forem válidas para o mesmo doente, o cirurgião vascular terá a função de informar o mesmo sobre as vantagens e desvantagens de ambos os tipos de tratamento para chegarem a um consenso de qual é o melhor procedimento a considerar.
Procure a ajuda de um médico
O aneurisma da aorta abdominal pode resultar em morte se não for devidamente tratada. De modo a evitar esse cenário, é importante que, além de prestar atenção aos sinais, procure a ajuda de um médico. Por isso, é importante que não adie mais a sua ida a um cirurgião vascular, marque já a sua consulta.